Minhas primeiras impressões sobre este inicio de trabalho no DOC me surpreenderam positivamente; sabia que me surpreenderia, Mas confesso que hesitei aceitar o convite do Jorge para produzir esse documentário, achei a idéia formidável, porém num primeiro momento não me sentia a vontade pra fuçar numa história que conheço muito bem; não por nada, tenho péssimas e ótimas lembranças, mas é que simplesmente não tenho nenhum cacoete saudosista.
Conheci o Jorge nesse meio musical há 134 anos e alguns meses atrás. Então aceitei o desafio, não podia me isentar desse compromisso, seria egoísmo demais guardar ou esconder informações e fatos que fomos testemunhas oculares. Podemos até não falar, mas vamos provocar e instigar os entrevistados a relatar com fidelidade essa fase tão importante na construção da identidade artística da cidade.
Afinal, como toda a minha geração, acompanhei atento à cena musical e a mudança de comportamento pós-regime militar. Existia uma ânsia por liberdade de expressão e quem não conheceu a repressão entendeu essa liberdade como diversão a qualquer ordem, ou a qualquer preço, por que ordem ninguém mais queria acatar. Liberdade e rebeldia que rendeu muita música e poesia.
Vivi tão intensamente como poucos essa cena musical 80 e 90 não só de Caxias como em todo o país. Fiz muitos amigos, e com eles muitas viajens, shows e muitas festas em madrugadas que acabaram em dias que nunca acabaram.
segunda-feira, 30 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
e vamo que vamo
Esse dia cinza, de chuva fininha, intermitente, me faz voar pro passado, não muito remoto. Eu caminhava pela Av. Júlio de Catilhos, vestia calça e jaqueta de jeans, tênis surrado...acho que vestia alguma camiseta do Iron Maiden...
Eu só tinha um destino naqueles anos do Metal...ir pro Ponto de Vista. Lembro de ver nascer ali a Burning in Hell, uma das mais promissoras bandas de metal de Caxias. Banda que ganhou o mundo e não é exagero. Porque o primeiro disco deles vendeu pencas no Japão.
Mas é legal ver que antes da Burning in Hell o movimento do Metal em Caxias tinha uma sólida estrutura... Lógico que agora de cara vou esquecer de alguma banda, mas putz, a minha preferida era a Game Over. Ainda ressoa na minha cabeça músicas como "Terminal Stage".
Se alguém tiver algum vídeo da Game Over, por favor, me apresente. Não digo que pago qualquer preço, porque a crise tá braba...mas podemos fazer negócio.
Eu só tinha um destino naqueles anos do Metal...ir pro Ponto de Vista. Lembro de ver nascer ali a Burning in Hell, uma das mais promissoras bandas de metal de Caxias. Banda que ganhou o mundo e não é exagero. Porque o primeiro disco deles vendeu pencas no Japão.
Mas é legal ver que antes da Burning in Hell o movimento do Metal em Caxias tinha uma sólida estrutura... Lógico que agora de cara vou esquecer de alguma banda, mas putz, a minha preferida era a Game Over. Ainda ressoa na minha cabeça músicas como "Terminal Stage".
Se alguém tiver algum vídeo da Game Over, por favor, me apresente. Não digo que pago qualquer preço, porque a crise tá braba...mas podemos fazer negócio.
terça-feira, 24 de março de 2009
As nossas lembranças!
Participar da produção do documentário, tem sido, no mínimo, um exercício para a memória.
Memória, aliás, que os músicos que estamos contactando tem de sobra.
Impressionante, eles falam nome de mil bandas, de dois mil músicos... quem viu a listinha (listão) de bandas do Silvano (ex-Noturno) que o diga.
Outra conversa inesperada foi com o Neno, um dos fundadores da Apocalypse, que lembrou de vários nomes e de várias pessoas que podem contribuir para o documentário.
Alguns dos músicos eu conhecia, outros não. De alguns eu não lembrava, mas ouvindo o pessoal falar, acabei lembrando.
É a partir dessa mistura de lembranças, de críticas, de agradecimentos que o documentário está sendo feito: um vai lembrando do outro ou de determinadas situações e a história vai sendo construída...
Memória, aliás, que os músicos que estamos contactando tem de sobra.
Impressionante, eles falam nome de mil bandas, de dois mil músicos... quem viu a listinha (listão) de bandas do Silvano (ex-Noturno) que o diga.
Outra conversa inesperada foi com o Neno, um dos fundadores da Apocalypse, que lembrou de vários nomes e de várias pessoas que podem contribuir para o documentário.
Alguns dos músicos eu conhecia, outros não. De alguns eu não lembrava, mas ouvindo o pessoal falar, acabei lembrando.
É a partir dessa mistura de lembranças, de críticas, de agradecimentos que o documentário está sendo feito: um vai lembrando do outro ou de determinadas situações e a história vai sendo construída...
Halar-me.
Cabaret Hitech.
Muito além de uma breve história da música em Caxias
Lobo da Estepe
Um filme sobre música. Ou melhor, um filme sobre a música de Caxias do Sul. Melhor ainda, um filme sobre gente que fez (faz) música própria em Caxias. E no meio disso tudo, uma porção de gente discutindo porque raios a produção de música em Caxias não consegue alçar vôo e consolidar-se noutras plagas. Tem exceções, é claro, e essas exceções são “o charme” do documentário.
O fio condutor do documentário são as memórias do Jorge de Jesus (roteirista e diretor do filme) pelo universo da música em Caxias. Jorge atualmente é DJ e é conhecido pelo codinome de Mono. Mas Jorge já foi vocalista, produtor de banda, roadie, colador de cartaz na madrugada, empresário, dono de bar, e ultimamente anda flertando com fotografia. No cinema dirigiu dois filmes de ficção “Sapateiro” e “Um Dia na Vida”, ambos financiados pelo Fundoprocultura.
A partir das memórias do Jorge, o documentário vai costurar a vida e obra de diferentes personagens da música de Caxias. Da Lobo da Estepe, marco do rock na cidade, chegando até os dias atuais e a penca de novas bandas que não param de aparecer (e sumir) do dia pra noite. Não é um filme sobre o Jorge, mas um documentário em primeira pessoa em que o Jorge vai mesclar suas lembranças as lembranças dos entrevistados. Colocando no mesmo patamar gêneros distintos da música como pagode e metal.
Entrevista com Fher Costa.
Um filme sobre música. Ou melhor, um filme sobre a música de Caxias do Sul. Melhor ainda, um filme sobre gente que fez (faz) música própria em Caxias. E no meio disso tudo, uma porção de gente discutindo porque raios a produção de música em Caxias não consegue alçar vôo e consolidar-se noutras plagas. Tem exceções, é claro, e essas exceções são “o charme” do documentário.
O fio condutor do documentário são as memórias do Jorge de Jesus (roteirista e diretor do filme) pelo universo da música em Caxias. Jorge atualmente é DJ e é conhecido pelo codinome de Mono. Mas Jorge já foi vocalista, produtor de banda, roadie, colador de cartaz na madrugada, empresário, dono de bar, e ultimamente anda flertando com fotografia. No cinema dirigiu dois filmes de ficção “Sapateiro” e “Um Dia na Vida”, ambos financiados pelo Fundoprocultura.
A partir das memórias do Jorge, o documentário vai costurar a vida e obra de diferentes personagens da música de Caxias. Da Lobo da Estepe, marco do rock na cidade, chegando até os dias atuais e a penca de novas bandas que não param de aparecer (e sumir) do dia pra noite. Não é um filme sobre o Jorge, mas um documentário em primeira pessoa em que o Jorge vai mesclar suas lembranças as lembranças dos entrevistados. Colocando no mesmo patamar gêneros distintos da música como pagode e metal.
Haverá a apresentação de muito material inédito inclusive com shows gravados em vídeos nas décadas de 80 e 90. Registros esses que as traças comeriam, não fosse o interesse do Jorge em revelar ao público quem são os personagens que construíram as bases para a música autoral em Caxias e que desde os anos 70 vem modificando a maneira de a juventude pensar. Ao mesmo tempo em que revela acontecimentos e recorda pessoas importantes, o documentário lança aos entrevistados (e consequentemente aos espectadores) perguntas que tem o claro objetivo de esclarecer porque a música produzida em Caxias é nada, ou quase nada, valorizada em Caxias.
Entrevista com Beto Fonseca
Entrevista com Patrícia Parenza
Texto: Marcelo Mugnol.
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